domingo, 29 de abril de 2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Três dias de celebração na maior festa cristã

Itinerário que leva da Quinta-feira Santa à Páscoa é o mais importante no calendário litúrgico católico

D.R. | Monsanto - Descimento da Cruz

Lisboa, 04 abr 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica começa esta quinta-feira a celebrar os dias mais importantes do seu calendário litúrgico, que assinalam os momentos da morte e ressurreição de Jesus, culminando na Páscoa.

Um conjunto de celebrações que se desenrolam no chamado Tríduo Pascal, que remontam ao século IV, seguindo as indicações deixadas pelos Evangelhos sobre estes acontecimentos.

O padre Carlos Cabecinhas, atual reitor do Santuário de Fátima e especialista em Liturgia, assinala no texto ‘O sentido cristão da Quaresma e da Páscoa’ (ver anexo) que “o que levou a prolongar a celebração da Vigília até ao atual Tríduo foi um certo movimento de «dramatização» da Páscoa de Jesus Cristo, acompanhando celebrativamente os dias da sua morte e ressurreição, à imagem do que se fazia em Jerusalém, o lugar onde os acontecimentos se verificaram”.

A missa vespertina da ceia do Senhor, na quinta-feira, assinala o início do Tríduo, com um “caráter festivo”: “A Missa vespertina da Ceia do Senhor não é nem mais nem menos que uma eucaristia celebrada com toda a dignidade e autenticidade, por se celebrar na noite em que Jesus instituiu a Eucaristia, foi entregue e preso”, indica o liturgista.

Nesta Missa é comemorada a instituição dos sacramentos da Eucaristia e da Ordem e recorda-se o gesto do lava-pés, relatado pelos Evangelhos.

No final da celebração, o Santíssimo Sacramento (hóstia consagrada que os católicos acreditam ser o próprio Jesus Cristo) é trasladado para um outro local, desnudando-se então os altares.

A Sexta-feira Santa é “dia alitúrgico: dia em que não se celebra a Eucaristia e que nunca conheceu celebração eucarística”, indica o padre Carlos Cabecinhas.

A principal celebração é, “fundamentalmente, uma ampla Liturgia da palavra, que culmina com a adoração da Cruz e termina com a comunhão”.

O Sábado Santo, tal como a sexta-feira, é um dia dito “alitúrgico”, isto é, sem celebração da Eucaristia ou de outros sacramentos, considerado como o dia do “grande silêncio”.

“A Igreja vive o silêncio do Sábado Santo, preparando-se assim para a festiva celebração da Vigília Pascal, da ressurreição do Senhor”, sublinha Carlos Cabecinhas.

Esta vigília é a noite mais importante de todo o ano litúrgico, refere o especialista, frisando que “o símbolo da luz, a Palavra, a água batismal e o pão e o vinho eucarísticos, anunciados na Quaresma, alcançam a sua realização nesta noite pascal”.

O sacerdote destaca que “o Tríduo Pascal é o centro do ano litúrgico”, pelo que, desde muito cedo, antes ainda se existir uma Quaresma de preparação, a Igreja criou um tempo festivo que prolonga a festas pascais por cinquenta dias.

OC

Documento para download: 136_A_celebrao_Crist_da_pscoa.pdf

terça-feira, 3 de abril de 2012

Semana Santa: Quem quer chegar à festa tem de passar além da Quaresma

«As coisas boas da vida custam sempre um bocado mas depois compensam», diz padre Nuno Westwood

Oeiras, Lisboa, 03 abr 2012 (Ecclesia) – Atravessar as exigências penitenciais da Quaresma com os olhos voltados para a festa da Páscoa é a divisa que guia o padre Nuno Westwood desde a Quarta-feira de Cinzas, em fevereiro, até ao próximo domingo.

“A Quaresma é um tempo de esforço, paragem, estabelecimento de prioridades e revisão de vida, certamente com algum sacrifício porque nos temos de esvaziar de coisas que estão a mais”, referiu o pároco de São Julião da Barra, Oeiras, no Patriarcado de Lisboa.

No entanto, sublinha, “as coisas boas da vida custam sempre um bocado mas depois compensam”, até porque, explica, não se pode dizer que a Quaresma é um período que só olha à penitência.

“Todos os sacrifícios e toda a ascese são sempre oportunidades de fazermos festa porque são oportunidades de nos encontrarmos mais profundamente com Deus e com os outros. E isso é tão bom”, disse ao programa ECCLESIA na Antena 1 de 25 de março.

A intensificação da oração que caracteriza a Quaresma marca a espiritualidade do sacerdote de 40 anos, porque, realça, só é possível oferecer “uma experiência espiritual forte” se ela for pessoalmente assumida.

O membro dos Apóstolos de Santa Maria, comunidade fundada pelo monge cantor Frei Hermano da Câmara, espera chegar “reconciliado com Deus e com os irmãos” à Vigília Pascal, a mais importante das celebrações católicas, depois de “muita purificação que há sempre a fazer”.

Na paróquia, a dois passos de Lisboa, propõem-se mais tempos de adoração, organizam-se celebrações do sacramento da Penitência (confissão), promovem-se conferências e reforça-se a atenção aos mais carenciados.

“A comunidade monta um cabaz de alimentos, como faz no Natal, que é dado às 70 famílias que apoiamos semanalmente”, refere o sacerdote, que elogia a disponibilidade dos fiéis para atender às situações de necessidade.

Uma família, recorda, dirigiu-se recentemente à paróquia para pedir açúcar, com o objetivo de o juntar a uma chávena de água com uma rodela de limão, tudo o que podiam dado aos filhos na primeira refeição do dia.

O padre Nuno fez eco na internet deste caso e as ofertas de açúcar multiplicaram-se e chegaram para as outras famílias.

Na noite de Segunda-feira Santa realiza-se uma celebração penitencial e de reconciliação que atravessa a madrugada até não haver mais ninguém para ouvir e confessar.

A terça-feira é reservada à limpeza dos espaços interiores e exteriores da igreja, feita por voluntários, e na quinta-feira distribuem-se os cabazes de alimentos, enquanto que a Sexta-feira e Sábado Santos são sobretudo reservados para as celebrações litúrgicas.

O sacerdote diz-se “profundamente” marcado pela vivência “festiva” da Páscoa em Braga, onde frequentou o Seminário, mas chegado a Lisboa verificou que “as celebrações “não se distinguiam muito” das de outros domingos.

O religioso faz questão “de fazer uma enorme festa, sobretudo na Vigília Pascal”, procurando proporcionar uma liturgia “muito feliz, alegre e descontraída, mas ao mesmo tempo profunda”.

No fim da missa de Domingo de Páscoa as crianças recebem um balão com uma mensagem bíblica e à tarde realiza-se a visita pascal, costume “muito raro em Lisboa”: “O nosso Deus é festa. Por isso vamos pelas ruas a tocar o sino, a cantar e a anunciar a ressurreição de Cristo”.

PRE/RJM

(Agência ECCLESIA)

Católicos e Budistas unidos pelos Jovens

Mensagem do Vaticano para a festa do Vesakh apela à educação das novas gerações contra a intolerância

D.R.

Cidade do Vaticano, 03 abr 2012 (Ecclesia) – A Santa Sé enviou hoje uma mensagem aos budistas de todo o mundo, por ocasião da sua principal festividade, o Vesakh/Hanamatsuri, apelando à “responsabilidade comum” na educação dos jovens para “o diálogo entre religiões e culturas”.

O documento, assinado pelo cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, destaca a “necessidade de educar os jovens para o respeito e a compreensão das crenças e das práticas religiosas dos outros”.

“Com o seu dinamismo, enquanto artífices do futuro, eles impulsionam-nos a destruir todos os muros que infelizmente ainda nos separam”, acrescenta a mensagem.

A Santa Sé recorda que cada vez mais estudantes pertencentes a várias religiões e crenças se sentam “lado a lado, aprendendo uns com os outros e uns dos outros”.

Os jovens, prossegue a mensagem, devem juntar-se àqueles que pertencem a outras religiões para “resolver os conflitos e promover amizade, justiça, paz e um autêntico desenvolvimento humano”.

A celebração do Vesakh assinala os principais acontecimentos da vida de Buda e é assinalada em várias datas: a 8 de abril no Japão; a 5 de maio no Sri Lanka, Singapura, Malásia, Birmânia, Camboja e Laos; 6 de maio na Índia, Nepal, Paquistão e Indonésia; a 28 de maio na Coreia do Sul, Taiwan, Vietname, Tibete, China, Hong Kong e Macau; a 4 de junho na Tailândia.

O presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso deixa votos de que esta festa anual traga “serenidade e alegria” em todas as partes do mundo.

“Como budistas, vós transmitis aos jovens a necessária sabedoria de abster-se de prejudicar os outros e de viver uma vida de generosidade e compaixão, uma prática que deve ser apreciada e reconhecida como um dom precioso para a sociedade”, assinala o cardeal Tauran.

Este responsável sublinha a importância de unir os fiéis das duas religiões na educação dos mais novos, fazendo-os a crescer como “seres pacíficos e obreiros de paz”.

“Caros amigos, unimos os nossos corações aos vossos e rezamos para que juntos possamos guiar os jovens, com o nosso exemplo e ensinamento a tornarem-se instrumentos de justiça e paz”, conclui a mensagem.

OC

(Agência ECCLESIA)